quinta-feira, 23 de junho de 2011

A DESTRUIÇÃO DO ENSINO PÚBLICO


Recentemente ouvi o comentário: A educação brasileira é burra!” Parece radical, mas tem suas justificativas. Como primeiro exemplo lembro a taxa de ingresso reservada aos negros nas faculdades públicas. Ora, eu interpreto essa lei como uma mensagem sublimar onde ser negro é sinônimo de ser menos capaz intelectualmente. MENTIRA PRECONCEITUOSA. Existem muitos negros mais capazes intelectualmente que muitos brancos. Comparemos Pelé (negro) e Maradona (branco), qual deles você considera mais inteligente. São dois gênios no futebol, contudo, foi Pelé quem se tornou rei e manteve sua coroa. Para mim, inteligência é se fazer respeitado pela unanimidade.

Logicamente, não é a educação brasileira que carece de inteligência, mas quem rege as leis educacionais. Prova disso é a recente proposta do Conselho Nacional de Educação — CNE — que, se posta em prática, oficializa a bagunça no ensino médio do país. Os pobres serão definitivamente condenados à ignorância; na prática, vai se instituir um sistema de castas na educação. A quem pode pagar, ensino médio privado e de alta performance e, por conseqüência, os cursos superiores mais concorridos e as melhores universidades… públicas! A quem não pode, ensino público de quinta categoria no antigo segundo grau, faculdades privadas que não se distinguem de balcões de negócios, financiadas pelo ProUni.

Trata-se de uma proposta contra os pobres. As escolas privadas de ensino médio de alta performance, que avaliam o desempenho dos professores e que vivem de resultado, tenderão a usar a “liberdade” para tornar seus cursos ainda mais competitivos, preparando seus estudantes para os cursos mais concorridos das universidades públicas. Já as escolas públicas do que antes se chamava “segundo grau”, corroídas pelo sindicalismo casca-grossa, que preferem ensinar “cidadania” (seja lá o que isso signifique) a matemática, física ou química, vão se entregar ao proselitismo rasgado. Os currículos passarão a ser definidos pelos sindicatos.

Tudo bem! Dado o andamento do ensino universitário no país, o desastre não será nem sequer percebido. Há muitos mecanismos para mascarar a desigualdade educacional no país que diz ter a educação como prioridade. Começa com o sistema de cotas e se estende ao ProUni, hoje um gigantesco sistema de repasse de dinheiro público para mantenedoras privadas. A esmagadora maioria das vagas destinadas aos pobres é composta dos cursos que requerem apenas cuspe e giz — às vezes, nem isso. O que o CNE está propondo é a radicalização desse sistema.

A proposta desce a detalhes perversos. Permite, por exemplo, que 20% das aulas do ensino médio noturno — 40% dos alunos — sejam, como se diz hoje em dia, “não-presenciais”, e o curso poderá durar mais de três anos. Pois é… Brasil afora, dada a desordem no setor, os alunos já fazem curso a distância porque não há professores.

Se querem a humilde opinião de um capiau, vamos misturar tudo e dividir da seguinte forma: 60% das vagas nas faculdade federais destinada aos alunos provenientes de ensino público (como fingem fazer com o ENEM). Mas, claro, isso vai de encontro aos maiores interessados na qualidade das UF’s, que são os usuários do ensino pago.

sábado, 11 de junho de 2011

APOCALIPSE

Do céu descem as fúrias mostrando as faces cansadas da vida
Levando almas largadas na terra, trazendo o beijo do trovão
E o riso de mim!

Do mar surgem as fúrias calando o canto tristes das sereias
Gritando o clamor imperioso das ondas, trazendo a carícia do tubarão
E o riso de mim!

Do chão brotam as fúrias anunciando uma guerra em fim
Chorando em vozes de lamento, trazendo a suavidade do fogo
E o riso de mim!

No ar paira a fúria que se oculta na premonição
Que se liberta em clarão de trevas, trazendo um abraço de solidão
E eu rio dela!



ADAPTAÇÃO

Às vezes, me faço poeta, e me torno a você:
Minha musa predileta.

Caminho, então, pelo alfabeto inteiro
Para lhe buscar as letras mais harmoniosas.

Por uma e outra, continuo meu caminho,
para voltar, quem sabe, num outro
Em vestes de pássaro, ou em trote de cavalo.

Qualquer que seja a forma, é deleitada à sua imagem.
Mesmo que não lhe represente nada.
Mesmo que me custe tudo.

Serei, embalde, sempre poeta, e você será sempre musa.
Serei, se preciso, um cavalo em galopes aos versos.
Ou serei um pássaro sobrevoando outros versos.

E, assim, serei eterno ao seu amor, ao seu encanto.
Porque sei ser poeta e viajo, quando posso
Pelas formas mágicas de um alfabeto.