sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CANTIGA



Passarinho que estás cantando nos galhos da madrugada,
Por muito que tenhas visto, te juro que não viste nada.
Não viste as ondas do mar que vinham se desmancharem na areia;
Quase vida, quase morte, quase corpo de sereia...
E as nuvens se deslisando com marcha e atitude de pelotão
Com a mesma atitude e marcha, tanto chegam como se vão.
Não viste as letras, que apostam forma idéias com o vento...
E as mãos da noite quebrando os talos do pensamento.
Passarinho tolo de sonoro canto, com olhinhos arregalados...
Bem-te-vi, que nunca viste como os meus olhos fechados...

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