sábado, 30 de abril de 2011

DESENREDO


Por toda terra que passo me espanta tudo que vejo
A morte tece seu o fio de vida feita ao avesso
O olhar que prende anda solto; o olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego eu me enredo nas tramas do teu desejo

O mundo todo marcado a ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo, a morte é o fim do novelo
O olhar que assusta anda morto; o olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco nas tranças do teu desejo

Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou
Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando, o homem fazendo seu preço
A morte que a vida anda armando, a vida que a morte anda tendo
O olhar mais fraco anda afoito; o olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego eu me enrosco nas cordas do teu cabelo.

Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou
Vou-me embora pra bem longe...

Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro

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