Se por um instante Deus esquecesse de que somos uma marionete e nos presenteasse com um pouco mais de vida, possivelmente não diríamos tudo que pensamos, mas definitivamente, pensaríamos em tudo que dissemos.
Trabalhamos muito, isso é fato, mas será que também rimos muito? Ou melhor, será que pelo menos rimos das mesmas coisas ao menos uma vez? E podemos dizer que se Deus nos concedesse mais um pouco de vida juntos, “morreríamos” de tanto rir de coisas banais por simples prazer de rir juntos?
Neste momento palavras perdem o sentido diante das mais simples indagações: será que eu fui amigo o suficiente para merecer um sorriso sincero e despertar saudades dos que ficam? Ou fui somente o colega de trabalho oportunista, que buscou auxílio quando precisava e nunca estava presente quando de mim precisavam?
Sempre há um amanhã e a vida nos dá sempre mais uma oportunidade para concertarmos nossos erros. Assim, peço a Deus que não permita que eu fira hoje, a mão de quem precisarei amanhã para me tirar do abismo. Peço a Deus que se algum dia eu te fazer chorar, que seja de saudades, após minha partida, ou de alegria, pelo nosso reencontro.
Não peço somente de você a retribuição pela minha amizade; peço também, quem sabe, um pouco de ingratidão, pois é com ela que vou provar a mim mesmo que sei ser cristão o suficiente para perdoar você, qualquer que seja seu erro.